A verdade é que a morte não existe. Apenas a vida faz uma pausa, e o corpo, que era apenas um objeto que estava sendo usado pelo espírito, termina a sua existência como qualquer outro objeto que se quebra, ou como um papel que se desmancha na água e para mais nada servirá. Nós somos o espírito que move um corpo, mas temos um prazo determinado para estar aqui e nada pode faze-lo voltar depois que o prazo termina.
Em algumas culturas não se lamenta nem chora a partida do espírito de uma pessoa; apenas uma saudade permanece por algum tempo entre os que o amavam, mas essa partida já era prevista, e por isso não existe tanta dor. No entanto, na maioria das culturas a partida do espírito é encarada como morte, e a dor que sentimos é muito grande, e para os que se vão, no nosso país até foi escolhido o dia dois de novembro como uma data para celebração do Dia dos Mortos. Mas que mortos? Todos os que se foram continuam tão vivos como antes, apenas não podemos vê-los nem nos comunicar com eles, até que os nossos espíritos também se desprendam dos nossos corpos, quando seremos iguais e poderemos nos entender e compreender essa realidade. O fim do corpo é semelhante ao fim de qualquer objeto concreto que lamentamos quando deixa de funcionar, e o espírito é abstrato aos nossos olhos humanos. A vida é a existência infinita do espírito, por isso o que chamamos de morte é apenas um recomeço, a continuidade de uma existência que estava em pausa, adormecida, e agora despertou.
Autora: Júnia, em 2015/02/11
